Pesquisar este blog

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Treinando as emoções para ser mãe um dia...


Um dia desses disse para uma amiga que no dia que eu tiver um filho imagino que não vou ter dificuldades em lidar com as privações da maternidade: noites mal dormidas, refeições interrompidas, não descansar aos fins de semana, dividir até a comida, levantar cansada depois de ter acabado de sentar, trocar muitas fraldas, consolar choros, dentre tantas outras coisas...

É. É exatamente assim o cuidado diário que se deve ter com uma pessoa com Alzheimer. Ela vira quase que um bebê, depende de cuidados, de carinhos e de muita, mas muita atenção. Chora se não te vê constantemente, não gosta de ficar sozinha, não se distrai fácil com qualquer coisa, precisa de presença. Terceirizar o serviço, como as mães fazem com os filhos, deixando-os com babás, também não resolve a carência, eles precisam do amor da família. Antes do amor, precisam da paciência, além da paciência precisam de cuidado e se disponibilizar a cuidar, infelizmente, ainda é virtude de poucos...

Esse é o bebê aqui de casa! :)

terça-feira, 14 de junho de 2011

A cada dia uma aventura...

Assim é que a geriatra do meu tio se refere ao Alzheimer: uma aventura! E, na prática, é exatamente isso...

Da parte dos pacientes, um aventurar-se em universos desconhecidos, mas (re)criados por eles a cada fração de tempo pela qual se passa! Por isso é que a aventura é tão intensa... A realidade é reconstruída a todo tempo, os lugares e as pessoas também. Mas como é para um familiar, por exemplo, entender tal situação?

É preciso compactuar com a "viagem" e encarar o(s) novo(s) mundo(s) que surge(m) a todo instante. Não é tarefa fácil, mas pode servir como forma de abstração da realidade material dura, fixa, constante, rotineira em que vivemos, já que com o paciente de Alzheimer podemos viajar pra outros lugares, ser outras pessoas, voltar à infância... tudo isso sem esforço algum... sem sair do lugar, assim como na leitura de um livro fantástico.

As pessoas que convivem precisam deixar a imaginação ir longe e, dessa forma, o sucesso da interação estará garantido!

quinta-feira, 19 de maio de 2011

Cuidado, cuidador!



A pessoa que cuida precisa continuar vivendo!






Pouca gente sabe, mas sofre muito mais o cuidador do que o "cuidado". Fala-se hoje em 'síndrome do cuidador', ou seja, a pessoa que acompanha um paciente com Alzheimer pode adquirir mais problemas físicos e psicológicos do que o próprio doente... e aí a situação pode complicar ainda mais. O cuidador possui tendência a abrir mão de sua própria vida, de seus planos em função de um ser que, infelizmente, só tende a piorar. Dessa forma, é preciso que o cuidador seja esclarecido diante do fato de que o paciente nem sabe que possui uma doença, e que quem pode sofrer as maiores consequências se 'levar tudo ao pé da letra' é quem cuida...o pior de tudo é que a falta de informações é uma das maiores dificuldades enfrentadas por cuidadores...






Falo com a experiência de quem convive diretamente com um portador de Alzheimer há 3 anos, não é uma tarefa simples, mas é recompensante...






Ele não sabe mais quem eu sou...mas eu sei bem quem ele é e já foi pra mim...